A guerra virtual já começou. E você, vai se posicionar?

fevereiro 01, 2012


A internet é um espaço muito bacana. Livre, democrático e plural. Somos aquilo que clicamos. Por uma palavra-chave em um site de buscas temos acesso a mais de um milhão de links e informações relevantes - ou não. Há quase cinco anos sou um jornalista que trabalha na plataforma web. E a internet já mudou muito nesse tempo. Não é loucura, e nem sou tão velho assim. Tivemos o boom da blogosfera, das redes sociais, dos virais, dos memes, do compartilhamento de arquivos e informações, que é a nossa cara atual da internet.

Na internet, tudo que se cria, se compartilha. É uma máxima não só dos internautas, mas dos desenvolvedores e programadores. Com a internet somos capazes de aprender de tudo. Basta fuçar. E essa liberdade toda nunca foi vista com bons olhos. Antigamente – coisa de bem pouco tempo atrás, a TV pautava a internet. Hoje a internet pauta a TV. Sucessos da web vão parar na TV e a mídia tradicional custou a aceitar que a web é mais do que uma plataforma, é uma janela social, uma forma de democratizar a informação.

E a internet por ser livre incomoda. Incomoda porque ainda é um espaço que está se desenvolvendo, que está criando caminhos mais sustentáveis de gerar publicidade e retorno financeiro. A internet deslumbra porque dá holofote a quem estava anônimo. Mas também ela ajuda a trazer brilho para pessoas que, de forma consciente, sabem que no dicionário trabalho vem antes de sucesso. Ser um viral, um meme, é muito bom. É engraçado e também pode gerar outros frutos, novas possibilidades, e quem sabe uma boa receita financeira.

Mas não é dos memes que quero falar. Quero chamar a sua atenção para uma guerra virtual que está sendo desencadeada ali no seu monitor e que quase ninguém vê. Quase. Há uma guerra virtual rolando lá fora. E se você está na internet, se você usa a internet, você também faz parte deste processo, da revolução. Não sou utópico, mas acredito que essa guerra começou quando os governos e as empresas descobriram a palavra MONITORAMENTO. Toda instituição quer monitorar a web ao seu favor, não sejamos hipócritas. Até mesmo você, simples internauta, acaba fazendo monitoramento de assuntos, de como os outros falam de você e dos seus artistas, filmes, programas preferidos, por exemplo.


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Mas, assim como qualquer tipo de excesso, o MONITORAMENTO que era para ser usado como métrica ou uma forma de estreitar laços, causou divergências. Estamos em guerra. O mundo muda a todo momento. Mas a indústria do entretenimento, principalmente, se reluta a mudar. Quer manter o mesmo padrão e modelo de negócio dos anos 1990 e se nega a perder a fatia do bolo para a internet. Não querem descobrir se esse novo modelo da web baseado no livre compartilhamento é interessante. Querem apenas a sua fatia do bolo! E enquanto isso, a corrupção e a sonegação rolam solta. Internet também é entretenimento, mas também deve ser reflexão.

No meio disso tudo, o internauta comum fica perdido nas suas ações. Se perde no conceito de pirataria e de compartilhamento. A imprensa tradicional que, por razões editoriais, se faz de desentendida com os assuntos relacionados à web, faz vistas grossas. Polariza a guerra virtual. Coloca hackers, crackers e ciberativistas tudo no mesmo balaio. Quem é contra o sistema não presta. O contraditório é coisa de vilão. Será que seremos inibidos de argumentar, de mostrar o outro lado da moeda?

Será que para poder garantir o respeito, a liberdade e a democracia teremos que ser anônimos? Por que não podemos dar à cara a tapa? Porque essa guerra não tem rosto? Não adianta empurrar uma indigesta SOPA goela abaixo, nem empinar uma PIPA que paira sobre um céu cinzento, muito menos criar um ACTA. Depois de anos de liberdade criativa, é inadmissível deixar que a história se repita e sermos colonizados por quem não entende e não quer entender nada desta nova cultura, a cibercultura. A web não é uma terra de ninguém. Ela tem dono. É uma terra que é sua, que é minha, é nossa, é de todos nós. É hora de se posicionar!



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Jornalista

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6 comentários

  1. Ai, Wander...fiquei com medo agora. Que guerra essa? Parece que você está falando em código. E os links? Tem a ver com isso. Morro de medo do Anonymous...ao mesmo tempo que a luta deles é importante, os ataques me dão calafrios só de imaginar as consequencias. Beijos

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  2. Francisco Bertoletta1 de fev. de 2012, 20:02:00

    Parabéns pelo post, Wander. Estava sentindo falta de textos seus assim, mais engajados. O meu posicionamento é muito claro sobre este assunto. Tudo que beira a censura, sou contra. E temos que lutar pela nossa terra, pela liberdade da nossa internet.

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  3. Olá, Wander!

    Belo texto de um expert e professor da área.

    Fico refletindo que antigamente, os livros didáticos nas escolas problematizavam a influência da tv na má formação infantil. E agora? Com um mundo informatizado e rápido como controlar a ifluência internética que torna os seres mais àgeis e pensantes, mas nem sempre de uma boa maneira.
    Abs!

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  4. Sensacional este post, Wander. Parabéns por levantar este tema. É um texto esclarecedor para quem não está entendendo muito sobre esta Guerra Virtual e um alívio para quem está cansado de ver tudo sendo tratado de modo tão grosseiro e superficial.

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  5. Excelente artigo, cara. O lance é não deixar abaixarmos a cabeça para essas leis estúpidas que querem censurar a liberdade criativa dos internautas. Viva a revolução!

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  6. Texto perfeito, e em relação à liberdade creio que estamos vivendo algo bem parecido com o que aconteceu nos Estados Unidos quando ainda eram colônia da Inglaterra, algo que acabou culminando na independência do país.Tentar acabar com a liberdade depois que as pessoas já a conhecem é muito complicado, pois a liberdade é deliciosa e ninguém aceita tão facilmente que a retirem. Não sei se o resultado agora será como o anterior, mas tenho esperanças que a história possa se repetir.

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